16/02/2018: No ano passado, escrevi sobre a importância da UFSM para Santa Maria e região e sobre sua expansão, que teve problemas, como criação de cursos com baixa procura
Em texto de opinião que publiquei no final de semana no Diário, comentei sobre as ameaças de cortes de verbas para as universidades e também fiz algumas críticas construtivas sobre o papel dessas instituições no país, incluindo a UFSM. Comentei isso porque defendo o papel fundamental das universidades e institutos federais e acredito que eles serão mais fortes e ainda mais imprescindíveis à sociedade se corrigirem alguns erros.
Simplesmente defender as universidades fechando os olhos para algumas de suas falhas, como alguns cursos com poucos alunos e alguns desperdícios, não contribui para que elas evoluam e dá munição para quem quer enfraquecê-las. As falhas são bem menores que tudo o que as universidades fazem pelo bem do país. A sociedade que não conhece a UFSM e as universidades precisa ver mais resultados práticos delas para que, enfim, possa também defendê-las. É preciso cativar essa parcela da sociedade, mostrando com calma e didática tudo o que as universidades fazem, e não partir para o embate puro e protestos, pois isso não vai fazer com que os críticos das universidades se tornem simpatizantes delas. Corre-se o risco de só aumentar a rejeição às Federais e alimentar a intolerância.
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O que muita gente vê hoje são algumas dessas falhas das universidades e injustiças, como o fato de filhos de ricos andando de carrões no campus e não pagando um centavo sequer para estudar, enquanto os filhos de pobres precisam trabalhar para pagar faculdade particular e estudar à noite.
Em outras oportunidades, já escrevi aqui sobre a importância da UFSM para Santa Maria e região e sobre o legado de seu fundador, Mariano da Rocha (imagem acima). Por outro lado, sempre defendi a eficiência dos gastos públicos e que a prioridade número 1 do país deveria ser o investimento maciço na educação básica, o que não impede de se investir no Ensino Superior. Porém, é preciso levar em conta de que as universidades ainda vivem em uma realidade muito melhor do que as escolas públicas em todo o país, que penam com falta de estrutura e de professores, que são muito mal pagos.
É preciso analisar a situação sem visões apaixonadas, com racionalidade e, principalmente, sem radicalismos (de ambos os lados). O radicalismo corta o debate e só alimenta o ódio, o que piora a situação.